quarta-feira, 29 de setembro de 2010

coisas minhas.


Respiro e cumprimento-o. À medida que o cumprimento a patrícia dá-me um toque no braço que me põe ainda mais nervosa o que me faz querer encontrar um buraco para me enfiar! O que é estúpido, visto que ele, aparentemente, não desconfia de nada. E ora, ainda bem! Eu não aguento ouvir um não. Não sei se é defeito ou feitio, mas custa-me imenso. É como uma espinha colocada transversalmente na minha garganta. 
Em seguida ele subiu as escadas e eu ganhei algum tempo para respirar antes de entrar na aula.Esse escasso tempo, fez-me pensar o que seria, se eu lhe dissesse claramente os meus sentimentos como se ficasse a transparecer, lhe entregasse a fala, a alma, o meu coração. E assim fiquei, a vaguear pelo imaginário, a tentar perceber a razão daquele amor sem chave até que a jéssica chega ao pé de mim e diz-me que já tocou à 10 minutos. Como se eu me importasse. Não estava minimamente com paciência para o ácido-base de química nem para a auto ionização da água. Hoje, tinha a certeza de uma coisa: se tivesse questão aula a química iria obter um fantástico e redondo zero.

domingo, 26 de setembro de 2010

um problema de consumo.

hoje lembrei-me do que seria a minha vida sem roupa. estupidez minha, claro. estou triste e vou chorar durante cento e cinquenta minutos e meio pelas minhas botas que já não estão no expositor. será que sou idiota? talvez, mas não tenho culpa de gostar delas e de serem a coisinhas mais fofis de sempre. se o shopping estivesse vazio, eu agarrava-me às paredes e chorava. ok, não chorava cento e ciquenta minutos e meio, porque a minha mãe não me deixava. chorava alguns minutos, será que já compensava? se eu fosse milionária já tinha comprado as botas todas do mundo e oferecido a todas as minhas amigas. assim ninguém chorava cento e cinquenta minutos e meio. também quem é que chora cento e cinquenta minutos e meio? quem têm tempo para isso, com certeza. não sou eu. estou aqui afogar as minhas terríveis mágoas, enquanto podia estar a ler vinte paginas do meu livro de psicologia. já dizia a minha professora de psicologia, que nós, jovens somos uns consumistas. pois somos, pois sou. pena? absolutamente nenhuma.quem disse que o dinheiro não traz felicidade de certeza que nunca viu a minha cara quando estou rodeada de saquinhas de papel. de certeza.

domingo, 19 de setembro de 2010

não é tão lindo olhar para o rio e pensar que ali vivem milhares e centenas e dezenas coisinhas marinhas que respiram? também gostava muito de poder respirar e nadar e nadar sem puder mais! ou então voar, sim, voar! ai se eu voasse. aí sim, era completamente feliz. e vocês pensam, esta deve de estar a sonhar. e não é que estou mesmo? é tão bom sonhar.
vivo nas minhas incertezas à espera que algo me faça mudar e me faça crescer. sempre fui assim. carregada de pontos de interrogação que nem na pergunta eu encontrava a resposta. mas um facto é que, nós, como seres humanos conseguimos sempre e, quando queremos, encontrar beleza no cinzento e de pequenos segundos fazer eternidades. há coisas que não mudam. as palavras são ditas e sentidas e nada faz apagar os danos que causam. lembro-me sempre de cada consoante que juntaste às vogais aquando formaste aquelas palavras. malditas palavras. o que vale é que quando fecho os olhos, lembro-me de todo o resto, de todos os sorrisos achados e lágrimas perdidas. aparentemente é uma certeza mas rodeada das minhas estranhas incertezas.